Um teste sobre o seu posicionamento político  

"O politicômetro é um teste de opinião que o situa no campo das liberdades individuais e da relação entre o estado e a economia. Com a ajuda do sociólogo Alberto Almeida, VEJA preparou um questionário com vinte perguntas. Assim que terminar de respondê-las, você saberá a sua posição política em um quadrante que tem como eixos os extremos esquerda-direita e liberal-antiliberal."

Segundo esse teste serei uma pessoa de Esquerda Moderada Liberal. Ou seja: alguém que acredita num Estado forte na economia mas que não concorda com restrições às liberdades individuais.

Serei mesmo? Eh... talvez!..
E você? Diga-nos lá qual o seu posicionamento político.

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As meninas do Sado para o Bastos ou a manifestação da CGTP que não se fez  

São quase 18, 30 horas e cheguei a casa aproximadamente há uma hora. Antes disso cumpri o meu dever de cidadão responsável e exigente e fui à manifestação da CGTP e ainda deu para fazer uma meia hora de praia. O tempo deu para tudo. E quando não dá para tudo há que definir prioridades. As minhas eram entre ver o Belenenses- Benfica em Futsal na Sic, fazer uma tarde de praia ou ir à manifestação da CGTP, às 15, 00 horas. Escollhi esta última, apesar de ser a que menos desejava, mas não há como dizer não a certas coisas.

O que foi triste foram os "números" da manifestação (que acabou por não se realizar) e quando falo em números não me refira só às presenças. O número de presenças foi deplorável. Para aí umas cinquenta pessoas. Talvez, um pouco menos (ou um pouco mais), não me dei ao cuidado de as contar, uma a uma. Sabendo-se que só em dirigentes e delegados sindicais da CGTP no distrito existem algumas centenas, diz muito sobre o nosso sindicalismo.

Com tão pouca gente acabou por não se realizar a manifestação. Mas se fosse eu a decidir a manifestação fazia-se na mesma. Cinquenta pessoas a desfilar pela Avenida abaixo, seria sempre um motivo de orgulho e não de vergonha. Vergonha poderia ter quem, apesar de ter motivos para manifestar o seu desagrado com as políticas do Governo, desse de caras com alguns que apesar de serem poucos não calam a sua revolta e insatisfação, seja qual for o pretexto.

Mas a União dos Sindicatos preferiu outro "número". Certamente guardado na manga para estas contingências. Preferiu contratar uma banda de música para nos dar baile. Baile mesmo. Assim como uma espécie de antecipação da Festa de S. Pedro de logo à noite, mas sem sardinhas. Como dizia o cantor da banda estas coisas não podem ser apenas tristeza. Há que "distrair".

Ora saia então as "meninas do Sado" para o Bastos que "eu sei que ele gosta". E assim se fez o "protesto" com festa e alegria e uns passes de dança. Que bem que dançam os dirigentes e as dirigentes, sindicais?!.. Viva o código de trabalho! Desculpem. Abaixo o código de trabalho!

Logo à noite, talvez nos encontremos na noite de S. Pedro, na cooperativa "Capitães de Abril" à volta de umas cervejolas ou de umas malgas de vinho tinto do carrascão se possível. Eu prometo, mais a minha rapariga, que vamos lá estar. Até lá, então. Agostinho reserva lá uns lugares!

Ah é verdade, não vai há muito tempo, cerca de três mil professores estiveram na rua em Viana do Castelo. Corporativismos, disse eu... não tenho razão não?

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Código de trabalho. Um acordo de aldrabice  

A alteração ao código de trabalho se queria merecer o apoio de todas as partes, como o Governo dizia pretender, teria de acolher os interesses de todas as partes em negociação. Não foi isso que aconteceu. Creio mesmo que não houve um único especialista em legislação de trabalho que não dissesse que as propostas do novo código de trabalho visaram apenas favorecer as entidades patronais. Nesse sentido não é de estranhar que a CGTP não subscreva um acordo que ataca os direitos dos trabalhadores. Um bom acordo para ser assinado tem de ser bom para todas as partes.

O que fica deste acordo com o beneplácito da UGT e sobre proposta do Governo é mesmo o que as entidades patronais queriam: facilitar e agilizar os despedimentos, flexibilizar os horários de trabalho, reduzir os custos salariais, fragilizar a relação de trabalho face ao empregador.

Tudo o resto são pormenores para amenizar os prejuízos. O despedimento por inadaptação acabou por não passar de uma manobra de diversão, como alguns previam.

Quem conhece o mundo de trabalho em especial no privado sabe que regra geral impera a lei da selva. A mobilidade geográfica já existe. A flexibilidade de funções e de horários são uma constante. Os contratos colectivos não são respeitados. Os direitos do trabalho são mínimos. Os ritmos de trabalho são intensos. As relações de trabalho são baseadas na arrogância, na prepotência e no medo.

Este acordo é portanto uma falácia. Os argumentos são uma falácia. Se as empresas não são competitivas não é por falta de vontade ou empenho dos trabalhadores. Também nunca os trabalhadores recusaram acorrer a picos de trabalho. Os bancos de horas a par do alargamento do período de trabalho são apenas um pretexto para não pagar horas extraordinárias.

O que mais querem eles?

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Recados impróprios do Bloco de Esquerda  



A Comissão Concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda, em comunicado, exige a fusão rápida das empresas municipais EPUL, SRU e Gebalis. Nada contra bem pelo contrário. A reorganização das empresas municipais faz parte do acordo de Lisboa, celebrado entre o Bloco e o PS.

A fusão das empresas parece mesmo ser a medida mais adequada, rentabilizando meios materiais, humanos e financeiros, em empresas que se confundem nos seus objectivos e que a prática veio demonstrar, apenas serviram para dar lugares de administração e de directores aos amigalhaços do PSD, (para tráficos de influência, corrupções -em fase de averiguações, benefícios próprios inaceitáveis) em claro prejuízo da cidade e dos munícipes.

Sendo a reestruturação das empresas municipais, um dos principais pontos do Acordo de Lisboa e estando o Bloco representado no executivo por Sá Fernandes, é estranho este comunicado. A reorganização das empresas municipais é sabido está atrasado relativamente ao projectado. Esta realidade já foi reconhecida por Sá Fernandes, considerando-o mesmo como um dos pontos mais frágeis do seu trabalho, de resto, aliás, em minha opinião, marcado por um excelente desempenho.

Digo que é estranho o comunicado, porque será suposto, que o Bloco e Sá Fernandes, tenham conhecimento das razões do atraso. E portanto o natural seria que o Bloco desse explicações sobre o atraso e não que venha dizer o que todos sabemos - que está atrasado e que é urgente que o processo avance.

O que queremos saber é porque não avança e não avançou? O Bloco e o Sá Fernandes sabem porquê. Têm que saber porquê. E sabem com certeza se o atraso é compreensível ou tem responsáveis. E nesse caso devem dizê-lo publicamente.

Mandar recados públicos “escondidos” a alguém é que não.
Não devia ser próprio do Bloco.

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Batotas no pós referendo na Irlanda  

Sendo a unanimidade dos países membros, um requisito obrigatório para revogar tratados europeus, a vitória do Não no referendo da Irlanda, sentencia de morte o Tratado de Lisboa. Pode ser discutível se um país, qualquer que seja, numa união alargada em que a adesão é voluntária, deverá poder decidir por todos. Mas esta foi a regra adoptada pelos países fundadores e sucessivamente renovada. Não têm pois de que se queixar. Em democracia ganha-se e perde-se. A tentativa de fazer aprovar o Tratado de Lisboa à margem da participação popular, esbarrou na obrigatoriedade constitucional da Irlanda, de submeter a referendo a revisão do Tratado. E os Irlandeses disseram não a este Tratado, por eles e por todos os outros que estavam contra e não puderam pronunciar-se. Respeite-se!

Agora desenha-se um cenário de batota eleitoral.

Aqueles que não quiseram o referendo nos seus países, querem um novo referendo na Irlanda. Aqueles que nos seus países recusaram debater, esclarecer, discutir o conteúdo do Tratado, querem discuti-lo na Irlanda. Aqueles que recusam UM referendo nos seus países, querem DOIS (ou os que forem necessários, até o Sim ganhar), na Irlanda. Ou então afastar temporariamente a Irlanda da União Europeia.

Mas também não me esqueço das outras batotas. Também o PCP em Portugal quando da derrota do Sim ao aborto no primeiro referendo, pretendia desrespeitar a vontade popular e fazer aprovar na Assembleia da República, o que foi derrotado nas urnas. A democracia não tem um sentido único ou serve apenas para ser usada quando nos convém.

O que parece ficar claro é que regra da unanimidade não tem futuro e que acaba por ser bloqueadora. Mas também a decisão não pode ficar nos directórios políticos com os povos à margem do processo constitutivo da Europa.

Para sair com dignidade democrática deste imbróglio, só vislumbro uma saída (e não creio que esta seja uma ideia minha): iniciar um novo processo, dando poderes constituintes ao novo Parlamento Europeu e os países de seguida aprovarem ou rejeitarem, por via parlamentar ou por referendo, o texto constitucional, sendo que os partidos, se devam apresentar às próximas eleições europeias, com clareza política sobre o modelo de união política, para os eleitores não serem enganados.

Até lá continuará o Tratado anterior a vigorar e não vai morrer ninguém por isso.

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Feira Medieval em Viana do Castelo  

Havemos de ir a Viana, diz a canção imortalizada por Amália Rodrigues. Aproveite então e venha já hoje e deixe-se cá estar até Domingo. Vai valer a pena, para além de desfrutar de uma cidade bonita e saudável, vai encontrar um programa cultural muito interessante, nestes três dias, integrado nas comemorações dos 750 anos do foral.

Hoje e amanhã decorre, durante todo o dia, uma Feira Medieval, com Artesanato, Reconstituições Históricas, Falcoaria, Produtos Agrícolas, Procissões, Teatro, Ladaínhas, Música, Malabarismo, Mezinhas e Chás, no Centro Histórico da Cidade e mais logo à noite, na Sé Catedral, haverá Música Medieval com Pedro Caldeira Cabral / La Batalla.

Amanhã, no Jardim da Marina, pelas 21,30H, decorre um Torneio Medieval com Cavaleiros e Guerreiros apeados e termina com um dos maiores Espectáculos Pirotécnicos jamais realizados em Portugal com 32 pontos de lançamento em terra e em água em simultâneo.

No Domingo, para além da Feira Medieval, que se mantém durante os três dias, às 14,00H no estuário do Rio Lima decorre um Festival Náutico de Remo, Vela, canoagem e Surf e pelas 17,00 um Cortejo Histórico - "A História de Viana e os 750 Anos de Foral", às 17.00H.

(Organização: Câmara Municipal de Viana do Castelo)

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PS e PSD contra a reforma aos 40 anos de desconto  

No meu tempo de criança e adolescente, para não falar mais para trás, a miséria e a fome, estavam presentes em muitas famílias. As dificuldades eram muitas e os filhos mal acabavam o ensino primário, quando não era antes (uma irmã minha teve que interromper na 3ª classe para ir “servir”), eram literalmente obrigados a ir trabalhar para sustentar a casa. Aconteceu comigo aos 13 anos (ainda me “deixaram” completar o ciclo preparatório) mas outros, por exemplo o meus irmãos e irmãs, ainda começaram mais cedo, aos 11 e 12 anos.

O Bloco de Esquerda considerando que estes trabalhadores, com o aumento da idade da reforma para os 65 anos, para atingir a idade da reforma, sem penalizações, precisam de trabalhar e descontar mais de 50 anos para a Segurança Social, apresentou um projecto de lei, visando conceder a reforma aos 40 anos de desconto e desse modo, também fazendo justiça a esta geração de pessoas, na maioria com uma vida inteira sofrida.

Infelizmente, o PS e o PSD, com a abstenção do PP e do deputado Manuel Alegre (este homem deixa-me doido!..), votaram contra, defraudando as expectativas de alguns milhares de trabalhadores, muitos deles, digo-o com conhecimento de causa, eleitores socialistas.

É mais uma tristeza a juntar a tantas outras, sendo que nesta matéria, prejudicaram imenso estes trabalhadores, (ainda mais que os outros) com o aumento da idade da reforma para os 65 anos e o abaixamento das pensões, em mais de 20 por cento, com a alteração da fórmula de cálculo.

Tratando-se de um pequeno grupo de alguns milhares de trabalhadores, dado que muitos outros, em particular os que trabalhavam na função pública, se aposentaram já, aproveitando as condições particulares, apenas posso entender esta recusa em aprovar a propostas por manifesta má vontade e por ter origem no Bloco de Esquerda, sendo ridículo o argumento do PS que tal medida iria "pôr em causa a sustentabilidade económica e social do sistema de segurança social".

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Força nas canetas!  


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Nojo, muito nojo. Imigrantes tratados abaixo de cão!  


Há pouco mais de seis meses, vinte e três marroquinos, desafiando o destino, deram à costa algarvia, numa pequena embarcação sobrelotada, cheios de fome e frio, depois de enfrentarem as revoltas e traiçoeiras marés do alto mar, para aqui chegados, logo serem perseguidos, algemados, presos e mais tarde repatriados.

Foi uma imagem chocante!

Esta manhã o Parlamento Europeu aprovou, sem emendas, a “directiva de retorno” (da autoria dos Ministros de Administração Interna dos Governos Europeus), com os votos contra da Esquerda Unitária, Verdes e alguns deputados socialistas, com os deputados do Partido Socialista Europeu a repartir-se pelo voto a favor da directiva e abstenção.

Foi uma notícia chocante!

Com a entrada em vigor desta directiva, os imigrantes em situação ilegal, são detidos e enclausurados num período que pode ir a 18 meses, até à tramitação do processo de expulsão, mesmo os imigrantes e filhos menores que já se encontrem no país terceiro, ainda que estejam a tentar regularizar ou renovar a permanência.

Para o Director Nacional da Pastoral dos Migrantes, Frei Francisco Sales Dinis,"esta directiva do retorno não deixa de ser desumana e vai um pouco contra os princípios humanistas cristãos da Europa e, particularmente, de Portugal". Segundo o Frei Francisco Sales Dinis, a possibilidade de prender um indivíduo durante 18 meses corresponde a "criminalizar um direito que as pessoas têm de procurar um lugar para viver”, acrescentando depois "nós temos que ter em conta que muitas das pessoas que vêm como ilegais e muitos deles vêm de África, para fugir à fome e à miséria. Eles têm o direito de lutar pela sobrevivência".

Miguel Portas é particularmente incisivo: vergonha, hipocrisia, cinismo, discricionariedade, securatismo. E não poupa o Governo português. "O governo português subscreveu o compromisso agora aprovado, escudando-se no facto de este "não prejudicar o direito dos Estados-Membros adoptarem ou manterem disposições mais favoráveis relativamente às pessoas abrangidas pelo seu âmbito de aplicação".

(…) pode um governo invocar a salvaguarda do seu actual quadro legal para abençoar um acordo que não quer para o seu próprio país? Como pode Rui Pereira - o ministro que tem dado a cara pela directiva - garantir que um futuro governo não aproveite as disposições desta directiva para endurecer o nosso quadro legal? Ou que o próprio governo, em face de um endurecimento global das posições dos governos do norte do mediterrâneo, não invoque esse novo contexto para, por sua vez, os imitar?

Eu acrescento apenas: Sinto nojo, muito nojo, desta gente!
Nota: algumas-das-minhas-posições-sobre-imigração.

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Lindo!  

Um casal de lésbicas octogenárias, juntas há 55 anos, foram as primeiras pessoas do mesmo sexo, a casar no Estado da Califórnia. A beleza desta imagem ternurenta dispensa mais palavras. Mais tarde ou mais cedo, também em Portugal, os homossexuais, terão o direito à união civil, com pessoas do mesmo sexo, bem como todos os outros direitos e deveres, entre os quais o direito à adopção.

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Sá Fernandes censurado em Assembleia Municipal. O Bloco manteve um silêncio miserável  


Em 22 de Maio de 2007, no Foice dos Dedos, escrevi que se morasse em Lisboa, votava em Sá Fernandes, quer concorresse numa lista própria ou apoiada por qualquer partido político. Como tenho dito, o importante para mim são as pessoas e os projectos. Com Sá Fernandes tinha a convicção plena de que os interesses da cidade e das munícipes a par de um combate e denúncia da corrupção, da especulação imobiliária, dos compadrios, seriam a sua agenda e a sua única motivação.

Sá Fernandes sempre muito honesto e claro nas intenções, não teve pejo em propor uma união de esforços e vontades de toda a esquerda não comprometida com o situação de caos e da crise financeira, para recuperar “uma cidade que se desertifica, que vive ao sabor da especulação imobiliária e que não tem planeamento estratégico, onde a corrupção impera, o espaço público é desprezado, a exclusão social prolifera e o caos urbanístico está instalado”.

Nesta missão, Sá Fernandes contou sempre com o apoio do Bloco de Esquerda, partido pelo qual se recandidatou como independente, com a excepção do acordo com o PS … “por Lisboa” que teve a oposição de alguns militantes bloquistas, quanto a mim erradamente, não apenas porque Sá Fernandes não tinha como fugir à responsabilidade de assumir responsabilidades executivas, depois de na oposição ter assumido posições criticas da governação, mas porque, simultaneamente, o acordo contemplava muitas das medidas pelas quais sempre se bateu.

Neste lapso de tempo, Sá Fernandes tem feito um trabalho quase exemplar. Com a oposição de tanta gente que não lhe perdoa a ousadia de mexer nos interesses instituídos, numa campanha contínua, orquestrada, planeado ao detalhe, visando destruir a sua imagem, a sua credibilidade, a sua honradez.

Agora chegou a vez da vingança com o PSD a servir de testa de ferro: o PSD apresentou uma moção de censura inédita na Assembleia Municipal, de crítica à actividade de Sá Fernandes, propondo a retirada de pelouros por ter “privatizado" o espaço público ao “acordar a cedência da Praça das Flores, a uma empresa privada durante 15 dias, para promoção do novo modelo automóvel da Skoda", apesar da contrapartida de recuperação e requalificação total do Jardim (um exemplo de desleixo e negligência durante o reinado do PSD), para além, evidentemente, do pagamento das taxas respectivas de uso do espaço e ruído (de resto a aprovação nem sequer foi com Sá Fernandes mas com o Vereador do pelouro Marcos Perestrelo não obstante ter a concordância de Sá Fernandes). Na moção de censura consta também uma referência ao Jardim Estrela que o Continente no âmbito do Mecenato ecológico vai recuperar, a troco de colocação de uma placa.

Enfim nada disto me admira. Sá Fernandes incomoda muita gente! O que me admira e deixa intrigado é o silêncio do Bloco de Esquerda. Mas se calhar nem tanto, depois das críticas públicas de altos responsáveis do Bloco e depois de ter ouvido Francisco Louçã em entrevista à Antena 1 a tecer loas a Helena Roseta, escusando-se a manifestar sem ambiguidades o apoio a Sá Fernandes.

Também o Bloco de Esquerda, cavalga na onda do eleitoralismo puro. Perante os ataques, as calúnias, à figura de Sá Fernandes, o Bloco parece ter receio das consequências eleitorais de manter o apoio a Sá Fernandes.

Não esperava isto do Bloco. Uma completa desilusão! Esperemos pelos próximos episódios. O Bloco está a perder pontos na minha consideração. É que para mim não basta estar de acordo com as propostas políticas do Bloco. Exige-se-lhe lealdade, respeito, defesa dos seus eleitos contra os ataques vergonhosos. E igualdade de tratamento para com todos os eleitos autarcas. E não este silêncio ensurdecedor que dura há tantas horas sem uma palavra de um dirigente ou uma nota nos seus sites.

Adenda: tomei conhecimento agora que a moção foi aprovado embora não tenha efeitos práticos, com os votos a favor do PSD e CDS, a abstenção da CDU (!) e os votos contra do Bloco e do PS.

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A China quer esconder a violência não quer impedir a violência.  


A China não quer ver imagens violentas durante os Jogos Olímpicos. Segundo notícias difundidas pelas agências internacionais de comunicação, os sites da Internet vão ser particularmente vigiados e os que difundirem imagens serão punidos com multas a rondar os 9,3 mil euros. Um número de telefone foi entretanto já divulgado apelando à delação pública dos “prevaricadores”.

A repressão policial vai ser varrida para debaixo do tapete.

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Pensamento do dia  

“Muitas pessoas pensam que estão a pensar quando estão apenas a organizar os seus próprios preconceitos”

Willian James, psicanalista e filósofo

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3 anos é muito tempo  

Há três anos criei o meu primeiro blogue, chamava-se à esquerda. Nesse dia realizou-se o funeral de Álvaro Cunhal. E foi sobre Cunhal o meu primeiro post.

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Contributos para o acordo ortográfico  

Um contributo para o enriquecimento da língua portuguesa dos países africanos da CPLP para o acordo ortográfico (deve ser lido com pronuncia africana):

Abreviatura - acto de se abrir um carro
Açucareiro- revendedor de açúcar que vende acima da tabela
Alopatia- dar um telefonema à Tia
Amador- o mesmo que masoquista
Barbicha- bar para homossexuais
Caminhão- estrada muito grande
Canguru- líder espiritual dos cães
Catálogo- acto de apanhar coisas rapidamente
Combustão- mulher com peito grande
Compulsão- qualquer pessoa com pulso grande
Depressão- espécie de panela angustiada
Destilado- aquilo que não está do lado de lá
Detergente- acto de se prender pessoas suspeitas
Esfera- animal feroz amansado
Evento- constatação que é vento e não brisa, furacão ou tornado
Fornecedor- empresário do ramo do agrado de masoquistas
Genitália- órgão reprodutor dos italianos
Homossexual- detergente usado para lavar as partes íntimas
Leilão- Leila com mais de 2 metros
Karma- expressão para evitar o pânico
Novamente- diz-se dos indivíduos que renovam a sua maneira de pensar
Obscuro- tampão na variedade de cor preta
Psicopata- veterinário especialista em doenças mentais na fêmea do pato
Quartzo- partze ou aposentzo dos apartamentzo
Razão- lago muito extenso, porém pouco profundo
Rodapé- aquele que tinha carro e agora anda a pé
Sexólogo- sexo apressado
Simpatia- concordando com a irmã da Mãe
Talento- característica alentejana
Típica- o que o mosquito te faz
Trigal- cantora baiana elevada ao cubo
Vidente- dentista falando sobre o seu trabalho
Viúva- acto de ver uva
Zunzum- na fórmula 1, momento percebe que os dois líderes da prova acabaram de passar à sua frente
Zoológico- reunião de animais racionais

(recebido por e-mail)

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O Tratado de Lisboa não fez carreira  

A carreira política de Sócrates sofreu um revés. O Tratado de Lisboa morreu hoje. Tanto esforço para ficar na história, tanto investimento na carreira política para nada. Ou talvez não. Talvez quem decide estas coisas, não sejam ingratos, com quem tentou oferecer-lhes uma Europa à medida dos seus interesses.

Os dirigentes europeus não têm de que se queixar, foi isto que quiseram. O povo da Irlanda decidiu por todos nós, europeus. E decidiu-se por dizer não a esta Europa. Não se constrói a Europa sem a participação democrática dos povos, esta parece ser a primeira grande lição a retirar pelos dirigentes europeus. A segunda é que Europa não pode ser feita contra os direitos sociais ou contra a vontade dos povos. Muito menos com sobranceria ou autoritarismos!

Se confiam na sua Europa, na bondade das sua propostas, não devem temer o debate democrático, o esclarecimento, o escrutínio dos povos. Este resultado é uma tremenda derrota das elites políticas de todos os países. É muito bem feito! Por muito que não concorde com os principais argumentos defendidos pelos apoiantes do Não ao Tratado.

A Europa não deve estar em causa. O que está em causa é o modelo económico e social. O debate sobre políticas europeias está por fazer. Para fazer-nos livremente as nossas escolhas democráticas.

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O Governo não pode lavar as mãos!  


Os combustíveis não param de subir. Hoje deu-se mais uma aumento no exacto momento em que baixou o barril do petróleo.

Muito difícil de entender. Os combustíveis sobem quando aumenta o preço do barril do petróleo e sobem também quando baixa o preço do barril do petróleo. Sócrates disse hoje no debate quinzenal no parlamento que não podia fazer nada. Que não podia intervir nas empresas privadas. Mas o Estado tem uma presença na Galp para qualquer coisa ..."para assegurar o interesse público", reafirmou hoje o Governo à Comissão Europeia. E a Galp na prática é que fixa os preços em Portugal.

É impossível pois que o Governo não possa fazer nada, como diz o Primeiro-ministro. É impossível que não possa intervir em nenhuma parcela na cadeia da formação do preço dos combustíveis. Na aquisição, importação, transporte, refinação, distribuição, revenda, margens, especulação, impostos... sei eu lá bem!

O Governo tem de intervir! Não pode lavar as mãos.

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Os protestos dos camionistas  

A vida está difícil para quase todos. Não bastava a crise que o Governo acrescentou às famílias das classes médias e baixas a conjuntura internacional também não tem ajudado nada. Agora os protestos atingem uma nova dimensão. Não são apenas os trabalhadores a fazerem greves e a protestar na rua. São também os pequenos patrões. Depois dos armadores desta vez toca às empresas de transporte de mercadorias.

Qualquer pessoa bem-intencionada reconhece que os preços dos combustíveis constituem um custo considerável na actividade profissional das transportadoras. Também não é difícil de reconhecer que para muitas destas empresas de transportes, parte delas familiares ou com meia dúzia de trabalhadores, é muito complicada esta situação e muito difícil de fazer reflectir os aumentos dos combustíveis, no preço final do serviços prestado ao clientes, não apenas devido a uma concorrência muito grande das grandes empresas transportadoras, mas também por causa do forte poder negocial das empresas-clientes, que na prática fixam os preços dos serviços, negociando margens apertadas e prazos de pagamento dilatados.

Outra coisa distinta é a forma de protesto encetada. Na minha opinião este protesto acaba por ter contornos ilegais e socialmente censuráveis. Não porque os piquetes tentem dissuadir quem pretende não aderir ao protesto. Compreendo até quem se excede perante quem não alinhe nos protestos. Aceito isso, de mas pessoalmente eu respeitaria o direito de quem não pretende aderir, no uso da liberdade individual que cabe a cada um. Não o que não pode ser aceite é que os patrões façam o protesto por interpostas pessoas, os seus empregados-motoristas, usando do poder da relação, para “pressionar ou constranger”, sob pena de se não alinharem nos protestos, ficarem sujeitos a sofrer consequências graves na sua relação laboral.

Quanto ao resto, apedrejamentos, retenção forçada de viaturas, actos mais violentos ou impróprios, acabam por ser infelizmente naturais, quando as lutas se extremam. Compete ao Governo ter o senso suficiente, para não tratar estas coisas à bruta mas também não fazer de conta que nada é com ele, especialmente quando a situação pode resultar em graves prejuízos públicos.

Adenda: parece que O Governo chegou a acordo com os camionistas. Parece-me razoável os termos do acordo.

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Globalizar a exploração desenfreada  

Ganha-se mal, trabalha-se muito, os direitos do trabalho são escassos, o emprego é precário. Mas isto não chega. Os ministros de trabalho dos países da comunidade europeia, aprovaram esta madrugada que a semana de trabalho pode chegar às 65 horas para alguns sectores e às 60 horas para todos os outros. Agora falta só a aprovação pelo parlamento europeu.

O Ministro Vieira da Silva discorda da medida, por lhe parecer "excessivo" trabalhar mais de 60 horas. Presumo que até 60 horas lhe pareça razoável. Já a Espanha, Bélgica, Chipre, Grécia e Hungria, apresentaram uma declaração contra esta proposta, argumentando que ela representa um enorme "retrocesso social".

É esta a Europa que nos querem oferecer?

(via esquerda.net)

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Cavaco Silva cheira a mofo  

Cavaco Silva poderá não ser um xenófobo ou racista, mas seguramente é um ignorante. Cavaco Silva, ontem falou em comemorar a raça, o dia da raça, hoje manteve a promessa, falou da raça portuguesa. Não posso com este tipo de discursos: Irritam-me os discursos patrióticos, a defesa de valores nacionalistas, a exaltação da identidade nacional, a glorificação das descobertas, os orgulhos nacionais ...cheiram-me a mofo, a conservadorismo, a xenofobia.

De que raça será Cavaco Silva?

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Só a verdade é revolucionária  

A Luta Socialista, (uma corrente interna do Bloco de Esquerda), enviou uma nota ao Diário de Notícias, para esclarecer que não foi a Esquerda Nova (outra corrente do Bloco de Esquerda), "a facção que criticou fortemente no BE a celebração de um acordo em Lisboa com o PS" mas sim a Luta Socialista, no que teve o apoio da Esquerda Nova. Que fique claro, então, "porque as clarificações são necessárias".

A Luta Socialista foram os primeiros. "Só a verdade é revolucionária!"

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E será que me vão devolver o dinheiro?  

Parece que os sindicatos não querem que os não sindicalizados tenham os mesmos direitos que os sindicalizados, negociados na contratação colectiva.

É curiosa esta posição dado que os sindicatos são contra os contratos individuais de trabalho por, não sem razão, considerarem que são uma forma de enfraquecer a capacidade reivindicativa dos trabalhadores, e por a média prazo retirar poder negocial aos sindicatos, na defesa dos direitos colectivos.

Mas deixo a pergunta: será que os sindicatos ocorreu-lhes também a ideia de devolver o dinheiro aos associados, por terem assinarem acordos, sem consultar os associados, que foram uma vergonha? É que nesse caso poderia reclamar, quase por inteiro, os mais de trinta anos de sindicalizado!..

Ainda agora o meu ex-sindicato, o SINTTAV, assinou o acordo salarial na PT, sem consultar os trabalhadores como sempre, com aumentos abaixo da inflação, pelo 5º ano consecutivo, com a garantia, reparem a desfaçatez, de que para o ano os aumentos se "aproximem dos valores da inflação".

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Vianense sobe à 2ª divisão nacional  

O Vianense precisava de ganhar para subir de divisão, tal como o Vieira e o Mirandela, todos empatados no 1º lugar à última jornada. No caso de todos vencerem, seria a diferença de golos marcados e sofridos a ditar quais as duas equipas que subiriam. As coisas estiverem sempre muitos difíceis e as gentes de Viana que encheram o estádio já tinha deixado de acreditar, quando a meio da segunda parte, o Vianense perdia em casa por 2-1, enquanto os seus concorrentes, ganhavam tranquilamente; o Vieira por 3-1 e o Mirandela por 2-0.

De repente tudo mudou em poucos minutos. Depois de um grande penalidade bem assinalada, o Vianense, empurrado pelo público que pedia "só mais um", acabaria por marcar mais dois golos fixando o resultado em 4-2, o único resultado que interessava, carimbando assim a subida à 2ª divisão nacional, depois de muitos anos pela divisão mais secundária.

A cidade de Viana e o seu principal clube, o Vianense, um dos mais antigos emblemas nacionais, com 110 anos de vida, mereciam este prémio. Parabéns aos jogadores e à sua jovem direcção. Parabéns também ao Mirandela.

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A censura ao Governo está na rua. Juntar as esquerdas é preciso!  

Assisto ao debate da moção de censura do CDS e observo os sorrisos enfastiados e de desdém de Sócrates perante as declarações da esquerda sobre a verdadeira censura ao Governo: as duas centenas de milhares de pessoas em protesto contra o Governo nas ruas de Lisboa.

Sinto-me verdadeiramente enojado. Com um Governo socialista insensível à profunda angústia de muitos milhares de famílias a atravessar sérias dificuldades. E com o conjunto dos deputados socialistas a fingir não ver o protesto dessa imensa massa de gente como um grito amargurado de quem já não pode mais. Confesso-me verdadeiramente revoltado com o espectáculo indecoroso oferecido pela grande maioria de deputados, gente inútil, incompetente ou invertebrada, políticos enfim, de faz de conta, apenas interessados em fazer da carreira política, uma forma de estar oportunista, cuidando apenas dos seus interesses ou dos interesses dos poderosos, a troco de qualquer coisa que há-de vir.

Mais do que nunca torna-se necessária uma recomposição do campo da esquerda. Torna-se necessário fazer profundas rupturas democráticas de esquerda em todo o campo socialista. A começar pelos socialistas de esquerda do PS cortando de vez com o partido.

O Manuel Alegre pelo que representa, o Bloco de Esquerda porque está na sua génese constitutiva, os renovadores comunistas pela disponibilidade já demonstrada, mais os sem partido de esquerda e os militantes do PCP interessados, cabe o papel principal e insubstituível de dar força a um agrupamento das esquerdas plurais, de que o comício-festa de Lisboa foi um saudável começo

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O CDS censura o Governo por não aplicar o seu programa  

O CDS apresenta hoje uma moção de censura ao governo mas pelas razões erradas.

O PS deve ser censurado por não cumprir a palavra. Por governar contra as suas propostas eleitorais e mesmo contra o seu programa do Governo. Por dizer que ia fazer umas coisas e acabar por fazer outras, completamente diferentes e sem motivo. Enfim por ter mentido, prometendo políticas de esquerda, para ganhar as eleições e governando à direita, servindo os interesses dos mais fortes.
O que o PS não pode é ser censurado porque não aplica o programa do CDS.

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Juntar as esquerdas para uma alternativa  

Logo à noite, em Lisboa, decorre um comício-festa de muitas pessoas de esquerda. Assinam o manifesto de convocatória membros do PS, do Bloco de Esquerda, dos Renovadores Comunistas, do PCP e também outros sem militância partidária.

Para mim este é um encontro de esperança. As pessoas de esquerda, de esquerda mesmo, os homens e mulheres de esquerda, socialistas, comunistas, social-democratas a sério, as pessoas de esquerda responsáveis e não sectárias que todos os dias lutam por uma sociedade mais justa, mais equitativa, mais digna, não podem ficar indiferentes a estes encontros de uma esquerda plural.

Quando o Partido Socialista, confiscado por políticos com princípios neoliberais, desliza para a direita e executa as medidas que a direita sempre quis fazer mas não conseguiu fazer, está quase tudo dito. Porque o neoliberalismo apenas tem trazido mais desemprego, mais instabilidade, mais desigualdade, menos direitos sociais e mais pobreza, é tempo de dizer que estas políticas não servem. E que há alternativas! E que os homens e mulheres de esquerda, de esquerda mesmo, precisam de se encontrar, procurar pontes, conversar, concertar políticas de unidade, definir projectos políticos, unir-se em torno de programas mínimos, afinando-os, refinando-os, para paulatinamente construir uma alternativa séria de poder. Um novo partido de esquerda.

Os carreiristas do PS estão nervosos e o PCP também não vê com bons olhos esta iniciativa. Percebo ambos. Espero também que os militantes e simpatizantes desses dois partidos também percebam o que eu percebo. A esquerda tem de fazer rupturas para se recompor!


PS: não podendo estar presente no comício vou assistir em directo aqui
PS2: leia aqui o apelo e lista de signatários

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Crucificados nas próprias lágrimas  

Há frases que me esmagam completamente mais ainda quando se soltam, sem espalhafato, no meio de uma conversa corriqueira.

Crucificados nas próprias lágrimas, foi uma frase que agarrei de uma pequena entrevista, de Baptista Bastos, hoje num programa da manhã da SIC. Baptista Bastos emociona-se ao falar dos homens e das mulheres que aos 40 anos já perderam a esperança; por um emprego que perderam, por um emprego que não conseguem. A mim também se me assaltam as lágrimas especialmente quando as palavras me esmagam completamente.

Um aparte. Não deixem de comprar o livro das crónicas seleccionadas dos últimos 15 anos de Baptista Bastos, de nome A Cara da Gente. Vai valer a pena com certeza!

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