O Tratado de Lisboa não fez carreira  

A carreira política de Sócrates sofreu um revés. O Tratado de Lisboa morreu hoje. Tanto esforço para ficar na história, tanto investimento na carreira política para nada. Ou talvez não. Talvez quem decide estas coisas, não sejam ingratos, com quem tentou oferecer-lhes uma Europa à medida dos seus interesses.

Os dirigentes europeus não têm de que se queixar, foi isto que quiseram. O povo da Irlanda decidiu por todos nós, europeus. E decidiu-se por dizer não a esta Europa. Não se constrói a Europa sem a participação democrática dos povos, esta parece ser a primeira grande lição a retirar pelos dirigentes europeus. A segunda é que Europa não pode ser feita contra os direitos sociais ou contra a vontade dos povos. Muito menos com sobranceria ou autoritarismos!

Se confiam na sua Europa, na bondade das sua propostas, não devem temer o debate democrático, o esclarecimento, o escrutínio dos povos. Este resultado é uma tremenda derrota das elites políticas de todos os países. É muito bem feito! Por muito que não concorde com os principais argumentos defendidos pelos apoiantes do Não ao Tratado.

A Europa não deve estar em causa. O que está em causa é o modelo económico e social. O debate sobre políticas europeias está por fazer. Para fazer-nos livremente as nossas escolhas democráticas.


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