As meninas do Sado para o Bastos ou a manifestação da CGTP que não se fez  

São quase 18, 30 horas e cheguei a casa aproximadamente há uma hora. Antes disso cumpri o meu dever de cidadão responsável e exigente e fui à manifestação da CGTP e ainda deu para fazer uma meia hora de praia. O tempo deu para tudo. E quando não dá para tudo há que definir prioridades. As minhas eram entre ver o Belenenses- Benfica em Futsal na Sic, fazer uma tarde de praia ou ir à manifestação da CGTP, às 15, 00 horas. Escollhi esta última, apesar de ser a que menos desejava, mas não há como dizer não a certas coisas.

O que foi triste foram os "números" da manifestação (que acabou por não se realizar) e quando falo em números não me refira só às presenças. O número de presenças foi deplorável. Para aí umas cinquenta pessoas. Talvez, um pouco menos (ou um pouco mais), não me dei ao cuidado de as contar, uma a uma. Sabendo-se que só em dirigentes e delegados sindicais da CGTP no distrito existem algumas centenas, diz muito sobre o nosso sindicalismo.

Com tão pouca gente acabou por não se realizar a manifestação. Mas se fosse eu a decidir a manifestação fazia-se na mesma. Cinquenta pessoas a desfilar pela Avenida abaixo, seria sempre um motivo de orgulho e não de vergonha. Vergonha poderia ter quem, apesar de ter motivos para manifestar o seu desagrado com as políticas do Governo, desse de caras com alguns que apesar de serem poucos não calam a sua revolta e insatisfação, seja qual for o pretexto.

Mas a União dos Sindicatos preferiu outro "número". Certamente guardado na manga para estas contingências. Preferiu contratar uma banda de música para nos dar baile. Baile mesmo. Assim como uma espécie de antecipação da Festa de S. Pedro de logo à noite, mas sem sardinhas. Como dizia o cantor da banda estas coisas não podem ser apenas tristeza. Há que "distrair".

Ora saia então as "meninas do Sado" para o Bastos que "eu sei que ele gosta". E assim se fez o "protesto" com festa e alegria e uns passes de dança. Que bem que dançam os dirigentes e as dirigentes, sindicais?!.. Viva o código de trabalho! Desculpem. Abaixo o código de trabalho!

Logo à noite, talvez nos encontremos na noite de S. Pedro, na cooperativa "Capitães de Abril" à volta de umas cervejolas ou de umas malgas de vinho tinto do carrascão se possível. Eu prometo, mais a minha rapariga, que vamos lá estar. Até lá, então. Agostinho reserva lá uns lugares!

Ah é verdade, não vai há muito tempo, cerca de três mil professores estiveram na rua em Viana do Castelo. Corporativismos, disse eu... não tenho razão não?


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