A censura ao Governo está na rua. Juntar as esquerdas é preciso!  

Assisto ao debate da moção de censura do CDS e observo os sorrisos enfastiados e de desdém de Sócrates perante as declarações da esquerda sobre a verdadeira censura ao Governo: as duas centenas de milhares de pessoas em protesto contra o Governo nas ruas de Lisboa.

Sinto-me verdadeiramente enojado. Com um Governo socialista insensível à profunda angústia de muitos milhares de famílias a atravessar sérias dificuldades. E com o conjunto dos deputados socialistas a fingir não ver o protesto dessa imensa massa de gente como um grito amargurado de quem já não pode mais. Confesso-me verdadeiramente revoltado com o espectáculo indecoroso oferecido pela grande maioria de deputados, gente inútil, incompetente ou invertebrada, políticos enfim, de faz de conta, apenas interessados em fazer da carreira política, uma forma de estar oportunista, cuidando apenas dos seus interesses ou dos interesses dos poderosos, a troco de qualquer coisa que há-de vir.

Mais do que nunca torna-se necessária uma recomposição do campo da esquerda. Torna-se necessário fazer profundas rupturas democráticas de esquerda em todo o campo socialista. A começar pelos socialistas de esquerda do PS cortando de vez com o partido.

O Manuel Alegre pelo que representa, o Bloco de Esquerda porque está na sua génese constitutiva, os renovadores comunistas pela disponibilidade já demonstrada, mais os sem partido de esquerda e os militantes do PCP interessados, cabe o papel principal e insubstituível de dar força a um agrupamento das esquerdas plurais, de que o comício-festa de Lisboa foi um saudável começo


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