Nem que a voz lhe doa  



Notável entrevista a Judite de Sousa. De vez em quando aparecem homens assim. Os meus agradecimentos.

Leia mais...


A requalificação das urgências  

Dou razão à nova Ministra da Saúde. O problema principal não é a reforma da saúde, em particular a requalificação das urgências, mas sim o encerramento sem que as alternativas previstas estejam a funcionar. Também concordo que ter alternativas consistentes passa por ter uma rede de médicos de família a funcionar em pleno e por consultas médicas em tempo útil, mais do que ter urgências e serviços de atendimento permanente, sem condições e sem recursos técnicos e humanos, a funcionar as vinte e quatro horas.

Sem médicos de família ou frequentemente incontactáveis, com consultas médicas demoradas, os doentes, especialmente os idosos, precisam de recorrer às urgências, mesmo para doenças leves ou pequenos acidentes. E sem resolverem estes problemas nada a fazer. A ida às urgências, são a solução de recurso, à falta de um conforto psicológico que apenas um médico, nestas circunstâncias, é capaz de oferecer.

O primeiro passo, portanto, é resolver estes dois problemas: médicos de família para todos e permanentemente contactáveis e consultas mais rápidas.

Quanto ao resto nada a opor. A criação das urgências primárias e das urgências centrais, desde que bem equipadas e com um corpo clínico adequado, são uma boa solução, para as situações de menor ou maior gravidade, a par das VMER (viaturas médicas de emergência e reanimação) em quantidade suficiente, para acorrer à simultaneidade de situações, cumprindo o lema de levar “a urgência às pessoas” e não as “pessoas às urgências”, em todos os serviços de urgência, para diminuir os tempos e a eficácia da resposta.

Por fim, não posso de chamar a atenção para o descaramento de Sócrates, ao afirmar que a partir de agora, não vai encerrar mais nenhuma urgência, enquanto a alternativa, não estiver a funcionar, querendo fugir às suas e intransferíveis responsabilidades, para o estado de caos em que colocou o sistema de saúde.

Mas é claro que escusamos de estar descansados. O Governo está apenas a fazer maquilhagem, para calar o descontentamento e tudo vai continuar na mesma, porque o objectivo não é a defesa do Serviço Nacional de Saúde, nos moldes em que está inscrito na Constituição Portuguesa, mas servir os interesses das seguradores e dos grandes grupos económicos que aliás se preparam já para abrirem hospitais, onde estão a ser encerrados, servidos de urgência e instalações hospitalares.

Leia mais...


Sócrates é um fraco  

Que nos importa que Correia de Campos (que estava a ser um excelente ministro e a levar as reformas "necessárias" no Sistema Nacional de Saúde, segundo o próprio e Sócrates), tenha saído do governo? Absolutamente nada se continuarem as mesmas políticas.

Esta saída (por iniciativa do ministro ou de Sócrates) apenas vem evidenciar que Sócrates cede aos protestos de rua, às criticas da oposição, à pressão da imprensa e que não é assim tão determinado ao ponto de arriscar perder as próximas eleições, como por aí se afirma.

Mesmo que estas medidas não sejam mais que marketing político... do mais baixo, já se vê.

Leia mais...


Governo cúmplice em actos bárbaros?  



Esta notícia não pode deixar ninguém indiferente. Parece que as últimas dúvidas, se ainda as havia, se esfumaram completamente. Segundo a informação veiculada pela organização não governamental britânica Reprieve, Portugal seria a ponte aérea de transporte dos prisioneiros, com destino à prisão privado dos Estados Unidos em Guantanamo.

Estamos perante um verdadeiro escândalo que deve ter, no mínimo, consequências políticas, depois de sucessivos desmentidos e “indignação” do Primeiro-ministro Sócrates e do Ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, face a “acusações” inscritas no relatório da comissão europeia que investigou o assunto.

A ser verdade (e os dados parecem ser esclarecedores), não estamos a falar de incompetência. Estamos a falar de cumplicidade, de consentimento, de aprovação do Governo português, com os actos bárbaros da administração americana, sobre cidadãos, vítimas de todos os abusos e crueldades, sem acusação formal, sem defesa e sem julgamento.

Leia mais...


O que faz correr Xanana?  

Xanana Gusmão prefere esquecer o passado do Presidente indonésio, Suharto: "teve os seus lados fracos, sobretudo a violação dos direitos humanos, a ditadura e a corrupção". Mas Suharto foi mais que isso; foi um criminoso responsável pelo assassinato de centenas de milhares de oposicionistas. E dos mais corruptos ditadores, tendo amealhado, em bancos estrangeiros, uma fortuna avaliada entre 10 a 20 mil milhões de euros.

Xanana Gusmão foi ao funeral do criminoso para fazer "esquecer o passado". Mas o passado não pode ser esquecido. Não podem ser esquecidos os crimes de morte do regime tirano. Não pode ser esquecida a anexação de Timor. Os timorenses mortos. A luta heróica dos guerrilheiros e do povo pela independência. A solidariedade dos povos do mundo com a causa timorense. Xanana Gusmão pode perdoar. Pode até querer esquecer. Admiro-lhe isso. Admiro-lhe a capacidade de não guardar rancores ou ódios.

Mas Xanana nunca deveria ter ido ao funeral de Shuarto. Porque antes dos seus sentimentos, das suas convicções, está a memória dos mártires, dos expatriados, dos mortos, dos sofridos -dos seus familiares, amigos e de todos os povos solidários do mundo - provocados por uma ditadura brutal e por um cobarde assassino.

Leia mais...


Não nos emprenhem pelos ouvidos, porra!  

António Marinho disse. António Marinho acusou. António Marinho referiu factos concretos. António Marinho não fez acusações genéricas e abstractas. António Marinho citou casos que indiciam corrupção, praticados “impunemente” por pessoas com lugares de "relevo" no Estado português. António Marinho disse que a corrupção se passeia nos corredores do poder. António Marinho disse, em alto e bom som, o que todos sabemos. E todos sabemos que é verdade.

Muita gente ficou incomodada com as palavras de António Marinho. Exigem-lhe provas, documentos, filmes, gravações, nomes. De todos os lados e quadrantes políticos. Uma vergonha! O sistema está a jogar à defesa. Está a manobrar para ficar tudo na mesma. Não nos emprenhem mais pelos ouvidos, por favor!

Que nunca lhe doa a voz, António Marinho!

Leia mais...


Caos na saúde  


As Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), foram criadas para ser o meio mais expedito para acudir a situações graves, em acidentes ou em doença, enquanto constituídas por pessoal especializado (um médico e um enfermeiro) e por equipamentos modernos de avaliação e tratamento ambulatório, nos primeiros instantes de socorro.

Estas viaturas de emergência médicas tornam-se tão mais importantes, quando, a distância a percorrer para chegar aos serviços de urgência, para dar continuidade à prestação dos cuidados de saúde complementares, aumentou consideravelmente, com o fecho dos Serviços de Urgências e dos Serviços de Atendimento Permanente e os serviços de urgência centrais, ficaram ainda mais entupidos, em consequência desses encerramentos e ainda da não implementação, em tempo útil, da nova orgânica de substituição.

Estes relatos são perfeitamente ilustrativos do caos instalado:

Também aqui em Viana do Castelo, as situações repetem-se: ontem a VMER não actuou, por falta de médico, sendo chamado um helicóptero para uma distância de 40 km. No início de Janeiro compareceu apenas com um enfermeiro num acidente grave. Noutra ocasião demorou uma hora e meia para socorrer um doente com ataque cardíaco. Pelos vistos a viatura de médica existe. O que não existe são “médicos destacados para o serviço ou médicos interessados em assegurar este serviço”. Impensável! Tal como existir apenas uma única viatura para cobrir mais de 100 km de raio de acção.

A publicidade a este serviço, afirma, “tratar-se de levar os meios às pessoas e não as pessoas aos meios e como uma extensão do serviço de urgência”. Mas o que dizer mais perante a sucessão de casos, desde que o Ministro da Saúde decidiu encerrar os Serviços de urgência e os SAP? Será apenas incompetência?

Leia mais...


Ontem em luta contra, hoje em luta a favor… do código laboral  

Depois de duas greves gerais, em 1998 e 2002, contra o código de trabalho, Jerónimo de Sousa apela agora à intensificação da luta contra a revisão do código de trabalho.

Não ainda há muito tempo, os trabalhadores foram chamados a lutar contra o código de trabalho, agora, são chamados a lutar a favor do código de trabalho. Os trabalhadores estão descrentes e com alguma razão. E posições como as de Jerónimo de Sousa (e da maioria dos sindicatos) também não ajudam. Uma coisa não pode ser ontem, muito má ... e no dia seguinte, uma coisa que precisa ser defendida.

É necessária alguma pedagogia política.

Leia mais...


Multidoses de hipocrisia  


Nós já sabíamos: os partidos na oposição estão sempre à esquerda dos Governos. Todos os partidos desferem os seus ataques aos Governos pela esquerda. Com o Governo de Sócrates, paradoxalmente, isso nota-se ainda mais. É brutal ver, ouvir ou ler, os partidos de direita a acusar o Governo de Sócrates de insensibilidade social. Ou a acusar o PS de estar a desenvolver políticas que a direita, teria pudor em praticar.

Mas isto quererá, obviamente de dizer alguma coisa: quererá dizer que os portugueses querem politicas de esquerda. Quererá dizer que são as promessas de políticas de esquerda que fazem ganhar eleições. Quererá dizer, enfim, que os cidadãos entendem que são as políticas de esquerda que melhor resolvem os problemas e as dificuldades das pessoas mais pobres e da classe média.

Mas também já sabíamos: os partidos na oposição criticam medidas dos Governos, mas quando estão no Governo, esquecem depressa tudo o que antes criticavam e executam políticas contrárias ao que antes defenderam. Poderia citar aqui centenas de casos.

Cito apenas e por ser o mais recente à proposta apresentada pelo CDS da venda de medicamentos em doses individuais. Como sabem esta medida está inscrita nos programas eleitorais de todos os partidos com assento na Assembleia da República. Ela foi aliás, aprovada no parlamento. Contudo: nem o PS (tão lesto a fechar serviços essenciais para as populações) "desembrulha" esta medida parada há mais de três anos ; nem o CDS enquanto esteve no Governo avançou com a sua aprovação e implementação. Estamos a falar, uma vez mais, em hipocrisia e falta de vergonha de alguns políticos e partidos. E neste caso, também em cedências aos interesses da indústria farmacêutica.

Tudo isto para dizer que todos os partidos que foram Governo, nestes mais de trinta anos de democracia, umas vezes sozinhos outras vezes em coligação, não merecem um pingo de credibilidade e respeito. Refiro-me naturalmente ao PS, ao PSD e ao CDS. Não me cansarei de repetir.

Leia mais...


Nenhum ser humano é ilegal  


Há pouco mais de um mês, 23 imigrantes marroquinos, arriscando a vida, deram à costa algarvia depois de um atribulada viagem de dois dias em alto-mar, cheios de fome e frio e em condições de saúde precária, numa embarcação sobrelotada.

Seis desses imigrantes foram entretanto repatriados, à margem da lei e sem conhecimento da sua advogada, depois de terem passado este tempo detidos. Esta madrugado outros quatro serão expulsos.

O Governo e a justiça portuguesa estão-se marimbando para o problema humano dessas pessoas. Parecem esquecer que a imigração devia ser um direito. Que as pessoas deviam ser livres de escolher onde viver. Que os imigrante apenas procuram fugir ao infortúnio, à fome, à repressão, à guerra, que o capitalismo mais selvagem lhes oferece, nas suas terras.

Em solidariedade com estes cidadão marroquinos vai ser realizada, hoje entre as 18,30 e as 22,00 horas, uma vigília, junto ao Centro de Detenção na cidade do Porto.

Os imigrantes não são ilegais. Nenhum ser humano é ilegal. Se puderem compareçam.

Leia mais...


Coisas que me irritam  

Entro no quiosque para comprar o jornal, o empregado a olhar para televisão, vira-se para mim: ah, não sei quantos, um camião, em Espanha que abalroou um carro que vinha em sentido contrário; eram portugueses, coitados!

Foda-se! Eram portugueses!... E que me importa a mim que sejam portugueses!? O que são a mais os portugueses para nos merecer esta compaixão extra? E que interesse tem estas notícias a não ser para os familiares e amigos mais próximos? E porque perdem tempo as televisões, rádios, jornais, com estas notícias? É por estas coisas e outras coisas que sou irremediavelmente contra os patriotismos, nacionalismos, regionalismos, seja lá o que isto for.

Falem destas merdas, porra! As nacionalidades não interessam para coisa alguma.

Leia mais...


Para o ano é que vai ser  

O Governo português é o único dos países da zona euro a prever um crescimento do PIB (em 2007 foi um dos mais baixo da União), em desalinho com os restantes países europeus, que face à conjuntura internacional, prevêem uma desaceleração do ritmo de crescimento.

Precisamente no mesmo dia que Sócrates afirma vir a ser “2008 o ano do crescimento económico e do regresso do investimento”, a bolsa português regista a maior queda dos últimos 10 anos, em linha com as bolsas mundiais, depois de cinco sessões consecutivas a baixar. Segundo ainda, as últimas notícias parece que o défice público de 2007 vai ficar abaixo dos 3%.

Escusam portanto, a maioria dos portugueses de andarem cabisbaixos, deprimidos e pessimistas. Depois dos sacrifícios "necessários" aí está o paraíso ao virar da esquina. Para começar vem aí a descida dos impostos. Ou será que não? Talvez lá para o ano... ano de eleições.

Este Governo é o campeão da propaganda da mentira!

Leia mais...


Negócios caciquistas.  

O parlamento aprovou hoje a alteração da lei autárquica apresentada conjuntamente pelo PS e PSD. Como disse ontem no parlamento, Luís Filipe, deputado do PCP, não é fácil de explicar estas "convergências" quando ambos trocam acusações de incompetência um ao outro; "tanta incompetência junta não pode dar bom resultado".

Não compreendo esta solução híbrida. Já um executivo da Câmara, de um partido ou de uma coligação pré-eleitoral, se a Assembleia Municipal tivesse de facto poderes reforçados, um pouco à medida do que acontece na Assembleia da República, não me custaria aceitar. Como disse; desde que reforçados os poderes de decisão os meios e os mecanismos de controle e fiscalização dos actos do executivo. Como a possibilidade de apresentar alternativas ao orçamento. A existência de observatórios independentes e autónomos da actividade executiva. Ou moções de censura. Entre tantas outras.

O princípio da proporcionalidade eleitoral, nestas condições, não seria beliscado. Como princípio a oposição não deve ser feita no executivo mas na Assembleia Municipal. Tal como o é na Assembleia da República e nas Assembleias de Freguesia.

Mas quando o PS e o PSD dizem que estão também a reforçar os poderes da Assembleia Municipal, estão a mentir. Na realidade apenas introduzem uma novidade. A possibilidade de apresentar moções de rejeição ao executivo mas inconsequente e nefasta. Porque uma rejeição do executivo obrigaria a novas eleições. E não faria sentido nem as populações entenderiam uma nova eleição um ou dois meses depois do último acto eleitoral. É mais uma falácia para iludir incautos.

De positivo apenas a impossibilidade de os Presidentes da Junta votarem os orçamentos da Câmara que devido à "dependência" do executivo estão, por uns trocos, dispostos a viabilizar qualquer orçamento. Mas também aqui não vão até onde deviam ir: retirar a representatividade por inerência dos Presidentes da junta por constituirem um elemento de distorção da representatividade eleitoral. Tal como constituiria uma distorção se os Presidentes da Câmara estivessem representados na Assembleia da República. Por isso foi com surpresa (Alegre ainda consegue surpreender-me) que tive conhecimento que Manuel Alegre apontava como uma das razões para se abster, o facto de os Presidentes das juntas não poderem votar o orçamento camarário.

Posto isto que razão séria leva o PS e o PSD a querer alterar o actual modelo? Talvez mesmo reforçar o poder caciquista. Na verdade quando o PS e o PSD estão juntos é a qualidade da democracia que é posta em causa.

Leia mais...


Cartel das farmacêuticas multado  

A Autoridade da Concorrência, voltou a multar várias industrias farmacêuticas (Abbot, a Bayer, a Menarini Diagnósticos, Roche e a Johnson & Johnson), pela prática de cartel, em concursos públicos para fornecimento de serviços hospitalares.

Esta é a terceira multa em seis anos às mesmas empresas e pelos mesmos motivos: as empresas reuniam-se regularmente e trocavam entre si informações e concertavam a fixação de preços a apresentar nos concursos hospitalares, visando subir os preços de fornecimento.

Minha sentença: estas práticas devem ser severa e exemplarmente punidas. As multas, em empresas destas dimensões, por muito elevadas que pareçam são irrelevantes e por isso as práticas de cartel se repetem. Os responsáveis dessas empresas deveriam ser alvo de procedimento criminal para constranger estas actividades criminosas.

Leia mais...


No coração da serra da Arrábida  


O Supremo Tribunal Administrativo suspendeu a providência cautelar que impedia a Secil de prosseguir a queima de resíduos sólidos em cimenteiras no Parque Nacional da Arrábida. Coincidência dos diabos o relator do processo foi o mesmo que suspendeu a providência cautelar em Souselas.

Vejamos: o Supremo não tomou posição sobre os efeitos da co-incineração em termos de impacto ambiental ou sobre a localização. Nem podia tomar. Não tem "competências" para o efeito. O Supremo apenas achou que não havia razões para um novo estudo de impacto ambiental. O que não é pouco.

Não estou habilitado a dizer se a co-incineração é a solução para queimar os resíduos industriais perigosos (essencialmente lamas oleosas e óleos usados). A associação ambientalista Quercus diz que não; que as lamas oleosas podem ter outros tratamentos e os óleos usados podem ser regenerados. Acredito que sim mas não tenho uma opinião formada. Também não sei se existem manifestos riscos de acidente industrial ou de impacto ambiental significativos, na saúde humana, no equilíbrio ecológico ou no ambiente em geral. Ou se colocados na balança, as vantagens da co-incineração, justificam a opção por esta, em grande utilização, em prejuízo de outras soluções intermédias como as CIRVER (centros de recuperação, reciclagem e valorização dos resíduos industriais).

O que sei é que a localização da cimenteira no coração da serra da Arrábida é um atentado paisagístico ao património natural. E também sei que o transporte dos resíduos são perigosos. E só por isso já se justifica a paragem da queima dos resíduos e o estudo de uma nova localização, no mínimo. Ah! e também cai à frente dos olhos que por trás destas decisões se escondem altos interesses.

Leia mais...


O valor da palavra dada.  

"é o sentido mais profundo da responsabilidade em política que está em causa: saber se um político deve ser um matreiro que, uma vez no poder, exerce em função do seu benefício próprio ou do seu partido, ou se, pelo contrário, o compromisso é uma responsabilidade irrecusável perante os eleitores”.



O parlamento discute hoje uma moção de censura ao Governo do Bloco de Esquerda. O pretexto é o incumprimento da promessa eleitoral e do programa do Governo, de realização de um referendo ao tratado europeu.

Esta moção não vai fazer cair o Governo. O PS tem a maioria absoluta. Mas vai ter os votos favoráveis do PCP e dos Verdes. Está bem assim. O PS o PSD e o CDS não votam a favor porque, de uma maneira ou outra, sabem, por experiência própria, o que é faltar à palavra. Eles também já foram Governo.

As palavras lá em cima de Francisco Louçã reflectem o que o Bloco pretende com esta iniciativa: qual o valor da palavra dada dos políticos e dos partidos? Fez bem o Bloco em apresentar esta moção. Hoje não se deve avaliar as medidas do Governo. As propostas económicas ou sociais do Governos ou dos diferentes partidos. Todas as propostas são legítimas se forem sufragadas. Se forem apresentadas aos portugueses com verdade para eles decidirem em consciência.

Espero assim que o Governo (e também o PSD) seja confrontado com as mentiras das promessas. De todas e não apenas a do referendo ao tratado. Que sejam confrontados com a aldrabice que lhes permite ganhar eleições. Espero que seja mostrado a falta de credibilidade e honradez desses partidos e dos seus responsáveis. E espero que os portugueses aprendam a não confiar em políticos e partidos aldrabões. Em nome da credibilidade do sistema político. Como refere ainda Francisco Louçã: quando se trata de diminuir a democracia o PS e o PSD aparecem sempre lado a lado.

O valor da palavra é que está hoje em jogo no parlamento. Longe vão os tempos em que um simples aperto de mão era a garantia do compromisso, do negócio, da lealdade.

Leia mais...


O ridículo não mata  

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a pobreza em Portugal baixou um décimo. Isto significa que cerca de uma centena de milhares de pessoas passaram o limiar da pobreza - ou seja, passaram a ter um rendimento acima dos 12 euros/mês ou 366 euros/ano. Estas pessoas passaram a ser mais felizes com estes mais um dois euros diários, está-se mesmo a ver, apesar de nas situações mais criticas, um dois euros, fazer alguma diferença.

O ridículo é que o Primeiro.Ministro Sócrates, todo gaiteiro, apressou-se logo a querer tirar dividendos e meteu o pé na poça. Disse Sócrates estar convencido que esta descida de um décimo se devia ao complemento solidário para idosos, em vigor a partir de Janeiro de 2006.

Pois é! Só que os dados do INE remetem para 2005 esta descida, antes, portanto, da entrada em vigor do complemento solidário para idosos, já agora e aproveitando a embalagem ... que é uma valente treta para a maioria dos idosos, ao integrar no conjunto de rendimentos do idoso os rendimentos dos filhos. Cito, como exemplo, o caso da minha mãe, com uma reforma de 236,47 euros e com 85 anos sem direito ao complemento, por causa dos filhos, todos "ricos".

Leia mais...


Arranjem-me um emprego  


(recebido por e-mail)

Para que conste: os locais onde estão instalados os serviços referidos na alinea a) não são locais de trabalho. Bem suspeitava.

Leia mais...


Mário Crespo pica-se  

"O governo Sócrates tem tido o mérito de nos surpreender pela frontalidade. Se erra diz que errou e volta atrás. Isto é raro nos que nos governaram sem erros e sem dúvidas".
Mário Crespo - Jornal de Notícias.

Minha sentença: internem o Mário Crespo urgentemente!

Leia mais...


Nicolas e Carla casaram-se em segredo  

Segundo o site do L'Est Républicain casaram-se na quinta-feira, o que segundo o Código Civil francês, não seria permitido (não me perguntem porquê, que não sei) a não ser invocando "circunstâncias e causas graves".

Entretanto o site avançava as tais "circunstâncias e causas graves" que teriam acelerado o casamento: a "tranquilidade do Presidente da República, a serenidade exigida para o bom exercício da função". Não sei quem me lê o que estará a pensar mas acho que são razões muito
válidas.
E na sua idade, aconselharia também alguns para um "bom exercício da função".

Leia mais...


Conversa para enganar meninos  



A associação de bares do Porto admite que poderá haver despedimentos de trabalhadores devido à quebra "alarmante" de afluência aos estabelecimentos comerciais de animação nocturna, decorrente da entrada em vigor da lei do tabaco.

Já estamos habituados a estes choradinhos. Talvez um subsidiozito do Estado lhes resolva o "problema".

É uma questão de tempo. Daqui a uns tempos vão ter os bares mais cheios. Não apenas porque os fumadores e habituais clientes, se vão habituando, mas também porque muitos não fumadores, enfim, podem voltar a esses espaços nocturnos, mais frequentemente, agora que estão mais "limpos".

Ah! E penso que estas posições se inserem num ataque à ASAE, transformada de repente em inimigo público número um dos estabelecimentos alimentares e outras actividades económicas similares e de alguns "idiotas" úteis.

Minha sentença: a lei do tabaco é, genericamente, uma lei muito boa. Fumar ou não fumar são dois direitos. Mas em simultâneo ambos os direitos, colidem. Assim deve prevalecer o direito do mais lesado; o que não concorre para esse facto. Disse!

Leia mais...


É favor puxar o autoclismo  


Bagão Félix acusa Santos Silva de fazer política de sarjeta. Santos Silva também disse que o jornalismo em Portugal é de sarjeta. Cá por mim são ambos uns políticos de merda. Cheiram mal.

Leia mais...


Sentido único  

"Há princípios e valores/ há sonhos e amores/ que sempre irão abrir caminho/ e quem viver abraçado/ à vida que há ao lado/ não vai morrer sozinho".

Como José Mário Branco sabe dizer e fazer e inspirado no seu exemplo de vida, assinalo o meu regresso às lides, com este Sentido único ... para continuar o caminho.

Leia mais...