Em que ficamos afinal?
Há uns dias, Jerónimo de Sousa, em conferência de imprensa para apresentar as conclusões da reunião do Comité Central, disse que o Bloco e os socialistas da linha do Alegre estavam fora do projecto de convergências " de todos os que estão empenhados num projecto de ruptura com a política de direita" porque a oposição ao Governo não se faz com paliativos ou para descansar a alma.
Perante a critica de que afinal o PCP só quer fazer convergências com ele próprio, muitos militantes comunistas, retorquiram que a citação atribuida a Jerónimo de Sousa era falsa. Fazendo uma pesquisa no Google encontrei referências no mesmo sentido nas edições on-line do Diário de Notícias, Público, Lusa, TVI e Açoriano Oriental.
Mas não foi preciso esperar muito para confirmar esse mesmo entendimento. Agora quem disse o mesmo, mas por outras palavras, é o membro da Comissão Política, Jorge Cordeiro, num artigo do Avante, intitulado de "Incoerências de uma esquerda inconsequente", segundo o Público. A edição on-line do Avante ainda não está disponível no momento em que escrevo estas linhas.
O artigo é curioso e revelador do entendimento do PCP no que respeita a convergências. Por um lado acusa os organizadores da iniciativa do comício-festa de Lisboa (que reuniu Bloquistas, Alegristas, Renovadores Comunistas, Independentes e militantes do PCP), de não terem convidado o PCP. Mas por outro lado, diz que o objectivo do encontro foi o de abrir "espaço de manobra ao PS" para o apresentar como partido de esquerda e que o comício-festa serviu "objectivamente o PS".
Afinal em que ficamos?
O PCP quer ou não a convergência com este Bloco, estes socialistas, estes renovadores comunistas, estes independentes e comunistas do PCP que subscreveram o apelo ou querem o quê afinal?
O PCP não pode acusar os outros de sectários por não os convidarem e depois achar que eles não são suficientemente de esquerda ou suficientemente consequentes o suficiente para fazerem parte de uma convergência "de todos os que os que estão empenhados num projecto de ruptura com a política de direita". Onde estão esses então?
4 de julho de 2008 às 18:51
Nem os Verdes respeitam a unitarismo. Cónego Melo e Ingrid Bettencourt são exemplos.
A ruptura far-se-á com a CNA, MDM, Murpi ou aquele grupo anti- museu salazar cujo dirigente é o Aurélio santos.
6 de julho de 2008 às 20:57
Andam todos muito confundidos, e o PCP também.