Acordo ortográfico? Sim, claro!  

(imagem daqui ler também texto a favor do acordo)

Dizer que defendo o acordo ortográfico é fácil mas seria uma grande presunção minha querer entrar no debate sobre as regras da escrita sob o ponto de vista técnico ou científico, pela simples razão de que me faltam competências para essa discussão. Mas a verdade é que defendo este acordo ortográfico com fundamento no que tenho lido e ouvido e das minhas próprias conclusões.

Parece-me indiscutível que um acordo sobre um vocabulário ortográfico comum nos oito países que falem a língua portuguesa só pode ser uma boa medida. Unificar a língua sem perder as variantes específicas de cada país é alargar horizontes, reforçar a nossa cultura, enriquecer a linguagem, aproximar a escrita à oralidade, aproximar-nos culturalmente aos países da lusofonia, simplificar o ensino e a aprendizagem, facilitar a compreensão.

Sinceramente por muito que me esforce não consigo encontrar nenhum argumento razoável que mostre uma desvantagem ou algum inconveniente nesta tentativa de normalizar a linguagem escrita, tão ampla quanto possível, em todos os países que falam o português. A não ser o tradicional conservadorismo português e um patriotismo bacoco, agora como no passado, de uns (não todos) velhos do Restelo, conservadores e retrógrados, complexados e preconceituosos, um pouco xenófobos e presumidos donos da língua, podem ver na unificação da língua uma suposta perda imperial.

Portugal não deve perder esta oportunidade. A língua portuguesa sempre sofreu alterações e enriquecimentos ao longo dos tempos. Não adianta estar aqui a referi-las todas. Apenas alguns exemplos: archaico, philosophia, accepção, construcção, auctor, succeder, alumno, escriptorio, comprehender, elle ou lyceo. Além do mais, na prática, a manter-se a dupla ortografia pode significar deixar para os países da CPLP (Comunidade dos Países da Língua Portuguesa), a escolha da ortografia brasileira, muito provável face ao mercado mais competitivo que o português, o que pode vir a ser um tremendo erro histórico e quase catastrófico.

Mas para um melhor esclarecimento aqui encontram controvérsia. Pela minha parte a minha opção está tomada.


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