Um Jerónimo de Sousa reaccionário  



O Tibete era um país independente até à invasão da China em 1950. Sob a liderança do líder espiritual e político, Dalai Lama, com a constituição de um Governo no exílio, o povo do Tibete vem resistindo à ocupação chinesa. Nos últimos dias, uma sucessão de distúrbios, no Tibete e regiões vizinhas, mobilizaram as forças militares chinesas e estas não tiveram contemplações e meias medidas; atiraram a matar: morreram mais de cem populares e mais de mil foram presos. Os defensores dos direitos humanos, de todo o mundo, protestaram e temem pelos prisioneiros.

Em Portugal, há uma excepção: o Partido Comunista Português. Numa declaração vergonhosa sobre os acontecimentos, Jerónimo de Sousa, não fala sobre as mortes, os espancamentos, os presos, não fala sobre a violação dos direitos humanos, esquece a invasão do Tibete onde morreram milhares de tibetanos. O que move Jerónimo de Sousa é uma inexplicável solidariedade “comunista” com os governantes “comunistas” de um país expansionista, déspota, criminoso, selvagem, com o seu povo e povos vizinhos.

Jerónimo de Sousa além de ignorante sobre a história do Tibete, o que seria o menos, embora para um secretário-geral de um partido com as responsabilidades históricas do PCP sejam graves, revela-se uma pessoa sem princípios no tocante à defesa dos direitos humanos e das liberdades. Jerónimo de Sousa não pode ignorar e passar uma esponja sobre os actos selvagens cometidos contra as populações, mesmo que por trás dos distúrbios estivessem desígnios de boicote aos jogos olímpicos, aliás legítimos, face ás constantes violações dos direitos humanos naquele país.

Espero que a direcção do Partido desaprove Jerónimo de Sousa, sob pena de, pessoalmente, perder completamente o respeito ao actual PCP. Defender os direitos humanos e as liberdades são princípios irrenunciáveis de todas as pessoas de bem. Não dependem da cor, da nacionalidade, da raça, das posições ideológicas de cada um.


2 comentários

Enviar um comentário