Que CGTP?  

Entre hoje e amanhã decorre o XI congresso da CGTP. Deixo este registo: há mais de trinta anos, em 1975, os sindicatos apresentaram propostas alternativas às “oficiais”, fizeram reuniões com os trabalhadores para discutir as teses, discutir os estatutos e para eleger os delegados ao congresso. Foi um congresso amplamente participado e democrático. Eu estive lá. Foi o primeiro congresso de todos os sindicatos. Hoje as coisas estão diferentes e piores, no tocante à participação, à discussão e à democracia sindical. A grande maioria dos sindicatos está tomada pelos burocratas e por funcionários sindicais. Depois das hesitações iniciais, o PCP, jogou pelo seguro neste congresso. Não adiantava forçar a nota e afastar, desde já, Carvalho da Silva, conforme o desejo dos mais ortodoxos. Afinal Carvalho da Silva está a um prazo de 4 anos. Como estará a CGTP de hoje, apesar de tudo. Com a saída de Carvalho da Silva, líder carismático e referência das sensibilidades internas, o PCP vai reforçar ainda mais o controlo da CGTP, para o combate político, segundo as conveniências partidárias. É aí que está o mal. Nas conveniências partidárias… não, no combate político. Sendo assim, é melhor começar a pensar em alternativas …fora da CGTP. Como antes foi fora da UGT. Por muito que custe. Talvez seja o tempo de uma Carta Aberta. Não para criar uma nova UGT, mas para marcar posições e apontar caminhos. Depois logo se vê. Os sindicatos independentes têm a palavra. Carvalho da Silva também. E o PCP claro!


6 comentários

  • Flor  
    15 de fevereiro de 2008 às 19:41

    E nestes tempos, eles são bém precisos esses sindicatos !
    Teem que ser crediveis para as pessoas aderir.

    Beijinhos

  • josé manuel faria  
    16 de fevereiro de 2008 às 21:44

    De acordo. 6 sindicalizados do BE em 147 no Conselho Nacional. A CGTP é do PCP. O Bloco não toma posição!

  • IDEAL COMUNISTA  
    17 de fevereiro de 2008 às 01:44

    Então se o BE não tem uma corrente sindical porque deve tomar posição? Aliás, seria difícil o Bloco ter uma corrente sindical pois é um partido plural. E para quê fazer guerras em terrenos demarcados?
    Talvez seja o tempo dos activistas se esforçarem mais em ter o apoio das pessoas para lutar contra o governo. E também podem fazer isso nos seus partidos ou movimentos.

  • Lucifer  
    17 de fevereiro de 2008 às 18:29

    É precisamente a falta de Democracia Sindical que está a matar os Sindicatos. As pessoas não aderem ou abandonam estes porque não vêm resultados práticos para as lutas que desempenham dentro das empresas e o que se passou neste Congresso, pelo que veio a público, demonstra que o PCP domina. Pergunto o porquê do afastamento do camarada CHORA, membro da CT da AutoEuropa? Será que foi por ele ter negociado com as entidades patronais um acordo que salvaguardou os interesses dos trabalhadores da Empresa e pôs de lado a politica de terra queimada do PCP? Ou foi por ser do BE?
    Até nem sou de nenhum dos partidos referidos. Nem sequer sindicalizado, mas tudo o que foi por ele conseguido em prol dos trabalhadores da Empresa merece o meu aplauso.

  • Trilby  
    18 de fevereiro de 2008 às 15:07

    Ainda bem que voltaste, Fernando. Fazias falta. Um abraço.

  • Anónimo  
    20 de fevereiro de 2008 às 14:06

    não acho que os sindicatos estejam a morrer ou coisa parecida prova disso são as grandes manifestações que aconteceram em Lisboa , são todos do PCp?? Era bom...LOL, os sindicatos não necessitam de guerrinhas internas agora neste momento precismos de força e de nos unirmos contra um mal maior este governo de m...

Enviar um comentário