É tua  


Quero roubar-te a alma
Por isso te devoro o corpo.
Na tentativa de encontrá-la
Na tentativa de capturá-la
Em algum recanto secreto
Que a minha mão ainda não tocou
Que a minha boca ainda não beijou
Que ainda não descobri.
Por isso te prendo nos braços
Te saboreio aos pedaços
E respiro na tua boca
E pergunto na tua língua
Onde guardas a alma
Que ainda não vi?
E tu respondes sorrindo
Apertando-me nos braços
Depois do espasmo final
Depois da entrega total:
- Não a tenho. Está em ti.

in Encandescente, pág. 18, Edições Polvo, 2005


0 comentários

Enviar um comentário