Impressões I
Suspeito bem que a crise internacional veio favorecer muito o Governo. Nesta salgalhada muita gente acaba por não saber muito bem, o que são responsabilidades do Governo e as que resultam da turbulência internacional.
Cá por mim não me esqueço de que Sócrates afirmou com todas as letras que iria baixar o desemprego e acusou mesmo o Governo anterior de que a taxa de 7,1 por cento eram "a prova de uma governação falhada e de uma economia mal conduzida" e que actualmente a taxa de desemprego, segundo a OCDE, se cifra em 7,5 por cento,o terceiro maior da União Europeia.
Também não me esqueço das alterações laborais, ao contrário do prometido, que foi mais um passo atrás nos direitos sociais e mesmo civilizacionais.
Ou nas alterações das fórmulas de calculo das reformas, mesmo para quem estava à porta de saída, penalizando fortemente as pensões. E no aumento do fosso entre ricos e pobres, o maior da Europa.
E acima e tudo porque O Governo faltou à palavra dada. Foi o referendo europeu. Foram as reformas ao contrário do que tinha proposto e prometido. E não serve a desculpa de que não conhecia a situação económica. Os princípios políticos não se vendem. O Governo prometeu-nos um Governo de esquerda e governou à direita. E isto não tem nada a ver com a crise internacional.
E não digo mais para não me repetir.