Tristeza e vergonha.
O parlamento português aprovou, há dois dias, um voto de pesar e homenagem ao Cónego Melo -um momento triste que envergonhou os democratas e a República, por iniciativa de um puto do CDS, um betinho de seu nome Nuno Melo, no que só pode ser entendido como uma provocação, com os votos do CDS e do PSD, a abstenção do PS e os votos contra das restantes bancadas.
Já o momento a seguir foi um momento triste e constrangedor protagonizado pelo PCP ao associar-se de pé ao minuto de silêncio, optando por não seguir o exemplo dos deputados do Bloco de Esquerda, de uma grande parte de deputados do Partido Socialista e de mais dois ou três do PSD que dignamente abandonaram o hemiciclo ou mesmo dos Verdes que se mantiveram sentados.
A posição do PCP foi um acto de hipocrisia política. O PCP conservador não entende os gestos simbólicos e parece ter esquecido que subversão à “ordem instituída”, mesmo em democracia, é um valor de sempre, quando em causa estão superiores interesses como a dignidade democrática.
O Cónego Melo, conhecido mentor e confesso entusiasta do MDLP, movimento responsável por dezenas de assaltos e incêndios a sedes de partidos a sindicatos e a escolas, responsável por dezenas de atentados bombistas, pela perseguição a democratas, por acções de terrorismo psicológico e emocional, em todo lado e por toda a parte, no país inteiro, pela calada da noite ou às claras, que mataram e aterrorizaram, não podia merecer o respeito das instituições da República.
(Intervenção de Luís Fazenda, abandono do hemiciclo e o minuto de silêncio)
6 de maio de 2008 às 16:47
A posição do PCP é que foi de hipocrisia?? Acho uma piada às pessoas do Bloco..
A AR não é um circo e não é lugar para mediatismos (coisa de que sobrevive o BE). Qualquer dia parece a Assembleia Regional da Madeira. O PCP manifestou o seu repúdio com a intervenção do Agostinho Lopes e com o voto contra de toda a bancada parlamentar.
Criticar o PCP e ainda para mais acusá-lo de hipocrisia é de uma baixeza terrível. Nenhum Partido sofreu tanto os ataques dos grupos terroristas amigos do Cónego (ELP, MDLP, Maria da Fonte) como o PCP!
Hipocrisia é a do BE que só fala da posição do PCP e não denuncia o silêncio complacente do PS. A história do PREC é uma coisa muito bonita.. e a necessidade de não atacar a Igreja a um ano de eleições também..
E o BE porque se cala? Que coligações estarão mais preparadas para além de Lisboa?
Cá estaremos...
6 de maio de 2008 às 19:29
Hugo, deixe lá essa coisa "das pessoas do Bloco". Não existe "as pessoas do Bloco" como um todo. Esta é a minha posição. Não sei qual é a posição das "pessoas do Bloco". Conheço a posição do Bloco neste caso e aplaudo-a. Mas o Bloco na parte que me toca n está isento de criticas como já foi e quando fôr o caso. Aliás tenho aqui uma engatilhada...
Quanto à substância:1) eu disse que o a APROVAÇÃO do parlamento de um voto de pesar ao cónego Melo foi UMA VERGONHA e referi quem votou a fovor, contra ou viabilizou. 2) Sobre a posição do PCP, apenas a compreendo à luz do que chamei de hipócrisia política. Porque quando o PCP cumpre um minuto de silêncio de PÉ (e isso tem algum significado) só posso entender essa atitude como de respeito/homenagem ou como de hipócrisia política . Como não acredito na primeira hipótese ...
Mas não me surpreende de todo a posição do PCP. O PCP gosta de passar a imagem de politicamente correcto, responsável e respeitador das instituições. Mas há "regras" que precisam de ser quebradas às vezes, como neste caso, por muito que lhe chame de circo mediático.
Também essa acusação de que o Bloco sobrevive do mediatismo já não cola. O Bloco é a força política que mais leva "porrada" dos "comentadores" políticos da nossa praça e também a que, dos partidos com assento parlamentar, ocupa menos espaço nos media. Mas está bem ...
Ó Hugo Besteiro não percebo essa de" não querer atacar a igreja", porque essa é precisamente uma das razões que encontro para o PC ter prestado o minuto de silêncio. Não hostilizar a igreja!
O que tem contra o acordo de Lisboa? O que tem contra os seis pontos concretos do acordo? O que já se sabe é que depois de anos e anos sem verem o seu problema resolvido, centenas de trabalhadores a exercer funções como falsos recibos verdes, SÁ FERNANDES conseguiu que esses trabalhadores venham a integrar o quadro. Onde é que isso mais acontece(u) no público ou no privado? Não percebo essas criticas!