PT desloca serviços para a Índia colocando problemas de emprego em Portugal
A Comissão de Trabalhadores em comunicado aos trabalhadores, denuncia que a Portugal Telecom se prepara para transferir serviços para a Índia, para onde teria já enviado trabalhadores para dar formação e implementar os serviços, depois de há uns anos atrás ter feito o mesmo mas para Cabo Verde, acrescentando que se sente já o efeito dessas medidas com trabalhadores praticamente sem serviço.
A CT está ainda preocupada com o impacto da reestruturação em curso na PT, levada a cabo por Consultores “mais ou menos conhecidos” que se propõem extinguir empresas e serviços que antes criaram, voltando aparentemente ao modelo anterior, depois de esbanjarem “largos milhões de euros” ao longos de anos, ao mesmo tempo que o reingresso dos trabalhadores que tinham sido cedidos a outras empresas do grupo, está a ser dificultado e a serem “pressionados” a rescindir o contrato de trabalho.
Depois de largas centenas de trabalhadores, com mais de cinquenta anos de idade, nos últimos dois anos, terem sido aliciados a “suspenderem o contrato de trabalho”, deixando liberto o posto de trabalho, com consequências ao nível dos actuais e principalmente dos futuros salários, estas medidas estão agora a ser alargadas a “centenas” de quadros superiores e executivos, por constituírem um encargo elevado para a empresa, num momento em que a empresa, “contrata agora estagiários com o 12º ano a 500 euros (sem direito a subsídio de refeição) e licenciados a cerca de 600 euros. Em nome da socrassanta, “ redução de custos” e adequação dos “efectivos às necessidades do serviço”, a CT afirma que está a ser posta em causa a qualidade de serviço e os postos de trabalho, e que continua a saga de entrega de trabalhos a empresas exteriores, abafando o aproveitamento de um saber acumulado de muitos trabalhadores altamente especializados.
Outra acusação grave é a de que com estas medidas se está a esvaziar as funções sociais da empresa com a sociedade em geral e com os trabalhadores em particular, que estão consagradas em decreto-lei.
Quando é conhecido as benesses com que se abotoam os altos responsáveis da Empresa para os trabalhadores é o espectro dos despedimentos que é acenado para suprir as “alegadas” dificuldades, por manifesta incompetência dos responsáveis ao longo da última década, não obstante os lucros exorbitantes que ano após ano se vão mantendo.