O chumbo do Tribunal de Contas em Lisboa.
O Tribunal de Contas recusou o plano de saneamento financeiro da Câmara de Lisboa mas não consigo perceber os motivos. O empréstimo de 360 milhões de euros (1ª tranche), aprovado em Assembleia Municipal, destinava-se a pagar as dívidas aos fornecedores, concentrando todas as dividas numa única; à Caixa Geral de Depósitos e com essa medida fazer poupar aos cofres municipais, algumas centenas de milhares de euros em juros.
O acórdão do TC não chumba o plano por ser ilegal, mas por considerar erradas a metodologia e a caracterização da situação financeira, no que me parece ser, uma apreciação política que não cabe nas competências do Tribunal de Contas que deveriam ser, salvo melhor opinião, a do controlo estrito da legalidade do acto e neste caso, a de saber se o empréstimo contrariava a lei quanto aos limites do endividamento, o que manifestamente não é o caso.
Estas coisas revoltam-me e devem revoltar qualquer um. Quando a divida crescia descontrolado e irresponsavelmente (ao ponto de se questionar se estamos perante uma crise financeira conjuntural, uma crise estrutural ou mesmo uma ruptura financeira a exigir a intervenção do Governo), com algumas excepções, andou tudo muito caladinho, agora quando se pretende resolver este grave problema, aparece o TC a invocar argumentos de lana-caprina, para colocar em dúvida a bondade do plano de saneamento financeiro. Não percebo!
Entretanto, com esta recusa estima-se que a dívida cresça à media de 1 milhão de euros/mês. É assim mesmo!
22 de fevereiro de 2008 às 15:08
A responsabilidade é toda do Sr. ANtónio Costa, pois foi no tempo dele que essa alteração foi introduzida na lei das finanças locais. Mas pelo que veio a público que parece haver "sacanice" no caso, parece, mas ~quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.
É que as coisas muitas vezes são feitas para lixar os outros e depois por esquecimento caiem-nos em cima.